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Mitos e estereótipos do envelhecimento

por Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva e Gabriela dos Santos

O envelhecimento é um processo natural do ciclo de vida, no entanto, conforme o avançar dos anos, ele é acometido por uma série de mitos e estereótipos que muitas vezes distorcem a realidade e impactam a forma como a sociedade enxerga e trata as pessoas idosas. Esses mitos e estereótipos podem gerar preconceitos e discriminações, afetando a qualidade de vida e o bem-estar  especialmente daqueles que se encontram na fase da velhice.

Um dos mitos mais comuns é a ideia de que o envelhecimento está diretamente ligado à perda de habilidades físicas e mentais. Embora seja verdade que algumas capacidades podem diminuir com a idade, como a velocidade de reação ou alguns domínios da memória, muitos idosos permanecem ativos e saudáveis por muitos anos. A saúde e o estilo de vida têm um papel fundamental nesse processo, e investir em hábitos saudáveis pode ajudar a manter uma boa funcionalidade física e cognitiva ao longo dos anos.

Outro mito é o de que as pessoas idosas são todas frágeis e dependentes. Embora algumas pessoas possam precisar de assistência à medida que envelhecem, devido a condições de saúde, muitas outras mantêm uma grande autonomia e independência. É importante reconhecer que cada indivíduo envelhece de maneira única, com suas próprias habilidades e limitações, e que a idade não define a capacidade de contribuir para a sociedade.

Além disso, existe o estereótipo de que os idosos são todos rabugentos, teimosos ou ultrapassados. Essa visão limitada ignora a diversidade de personalidades e experiências que existem entre aqueles que já alcançaram os 60 anos. Muitos são ativos, engajados e têm muito a oferecer em termos de sabedoria e experiência de vida. É importante valorizar e respeitar as contribuições de todas as pessoas, independente da idade, em todos os aspectos da sociedade.

Por fim, há o mito de que o envelhecimento é um período de declínio e infelicidade. Embora possam surgir desafios com o passar dos anos, como problemas de saúde ou perdas pessoais, muitas pessoas idosas relatam altos níveis de satisfação e bem-estar em suas vidas.

Em suma, é essencial questionar e desafiar os mitos e estereótipos do envelhecimento, reconhecendo a diversidade e a riqueza das experiências das pessoas à medida que envelhecem. Ao combater essas visões limitadas, podemos criar uma sociedade mais inclusiva, que valorize e respeite todas as idades.

 

 

Referências bibliográficas consultadas

 

DÓREA, E. Idadismo e suas implicações no Brasil. In: SESC, Revista E. p. 60-65. 2023. Disponível em: https://www.sescsp.org.br/idadismo-no-brasil-artigos-refletem-s obre-seu-avanco-e-as-consequencias-deste-tipo-de-preconceito/#novembro23-integra. Acesso em: 18 jan. 2024.

 

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Relatório mundial sobre o idadismo. Washington, D.C.: Organização Pan-Americana da Saúde; 2022. https://doi.org/10.37774/9789275724453.

 

Assinam o texto:

Gabriela dos Santos, Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica.

 

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva

Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Bacharelado e do Programa de Mestrado em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo, coordenadora do Grupo de Estudos em Treino Cognitivo da Universidade de São Paulo, parceria científica do Instituto Supera de Educação.

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