Trabalho 60+ NEWS (5)

A importância da socialização entre os idosos

Por Renato Bernhoeft

O aumento da expectativa de vida proporcionou o surgimento de algo novo: o universo das pessoas idosas que, ao mesmo tempo em que desafia a criação de políticas públicas, também aponta para uma série de oportunidades nas mais diversas áreas, dadas as múltiplas e variadas demandas desse grupo. Além de representarem um perfil de consumo diferenciado – e ainda pouco conhecido –, já é possível perceber no mercado alguns impactos no atendimento a essa população.

Questões relacionadas à saúde física e emocional, finanças, cuidados e convivência familiar têm sido amplamente debatidas e abordadas tanto no ambiente acadêmico quanto nos meios de comunicação, em geral. No início de abril deste ano, por exemplo, aconteceu em Belo Horizonte, o XXIV Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, que contou com cerca de 5.000 participantes e ofereceu um debate amplo, com temas bastante diversos.

Neste artigo, pretendo abordar a importância dos movimentos de agrupamento e socialização das pessoas idosas, com foco em iniciativas que acolham esse público de forma sensível e significativa. Não sei o quanto o leitor conhece esse tema, mas recomendo acompanhá-lo com interesse.

No Brasil – assim como no restante do mundo – cresce o número de grupos que reúnem esse público em torno dos mais variados interesses. Acima de tudo, essas iniciativas têm se mostrado eficazes como formas de enfrentamento à solidão, que tende a aumentar à medida que envelhecemos.

Cito aqui alguns grupos, como forma de informar tanto as famílias quanto os próprios idosos que eventualmente tenham interesse em participar: Trabalho 60+; Maturi Jobs; Labora; Talento Sênior; Portal da Longevidade; Lab60+; Observatório da Longevidade; Homens de Prata; O Poder da Longevidade; Sênior Geek; CMI – Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa; USP60+; Expo Longevidade; Sou Mais 50; Sênior Lab; Inventividade, entre tantos outros. Destaco também um curso criado pela reconhecida Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) com o interessante título “CRIATIVA Idade”, do qual tenho participado.

Como mencionado anteriormente, esses grupos promovem a socialização à medida que acolhem a diversidade de seus participantes e abordam temas de interesse comum. Muitos são virtuais; outros, presenciais. Frequentemente, convidam palestrantes para tratar dos mais diversos assuntos – não apenas ligados ao envelhecimento. Um dado curioso é que a participação feminina é significativamente maior. Homens, aparentemente, ainda demonstram certa resistência em se expor publicamente ou em grupos sociais desse tipo.

Outro tema que tem ganhado destaque nesses grupos é o da moradia. Essa geração já começa a refletir de forma mais direta sobre a responsabilidade de decidir onde morar e quem cuidará de nós no futuro – questões que também envolvem suas redes de apoio. Este ainda é um mercado incipiente no Brasil, mas que começa a chamar a atenção de algumas incorporadoras, além de grupos menores que buscam expandir o modelo de co-living.

Fica aqui, portanto, uma provocação: que este tema passe a fazer parte das conversas familiares. Afinal, a tendência é que ele ganhe cada vez mais espaço, a cada novo dia.

 

Renato Bernhoeft é fundador e presidente do conselho da höft consultoria.

O colunista Renato Bernhoeft escreve sobre a existência de grupos voltados para o convívio de pessoas mais velhas

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