8

Ageless: 6 princípios da economia da longevidade, ações e desafios globais

Coluna de Mauro Wainstock na revista Exame discute insights do 54º Fórum Econômico Mundial dentro do assunto longevidade.

“A longevidade é uma oportunidade para criar uma sociedade mais justa e inclusiva”. Foi desta forma que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, se pronunciou durante o “54º Fórum Econômico Mundial” deste ano, realizado em Davos, na Suíça.

Assim como ele, 2.500 líderes de 100 países, entre chefes de Estado e de governo, CEO s de grandes empresas e acadêmicos debateram tendências sobre temas que impactam o dia a dia global, como o envelhecimento populacional e a economia prateada – que deve gerar uma receita de US$ 16 trilhões até 2030.

Os números são mesmo impressionantes: de acordo com os estudos apresentados, a população acima de 60 anos deve saltar de 1 bilhão em 2020 para 2,1 bilhões em 2050, um aumento de 80%.

Já Melinda French Gates, cofundadora da Fundação Bill & Melinda Gates, também foi enfática: “A integração geracional é essencial para garantir que as gerações mais velhas e mais jovens possam colaborar e aprender umas com as outras”.

Os participantes discutiram uma série de desafios que precisam ser superados para garantir uma longevidade saudável e produtiva , assim como projetos públicos e privados que devem ser implementados:

No setor de saúde, por exemplo, a longevidade está levando a um aumento da demanda por cuidados de longo prazo. Algumas propostas:

  • Criação de sistemas mais eficientes e sustentáveis.
  • Adoção de novas tecnologias.
  • Foco na prevenção de doenças.
  • Desenvolvimento de novas formas de financiamento da saúde e assistência social.
  • Criação de programas de apoio para cuidadores.

A longevidade também está promovendo mudanças significativas na educação corporativa e no número de profissionais economicamente ativos, com mais deles trabalhando por mais tempo.

Por outro lado, quase 40% dos cidadãos do mundo enfrentam instabilidade financeira após imprevistos, como desemprego e doenças.

De acordo com Françoise Bettencourt Meyers, presidente do conselho da L’Oréal , “precisamos investir na educação e na formação profissional para garantir que as pessoas tenham as habilidades necessárias para trabalhar e viver por mais tempo”.

Satya Nadella, CEO da Microsoft, acrescenta: “as empresas precisam repensar suas políticas de trabalho e aposentadoria para atender às necessidades de uma força mais diversificada em termos de idade”.

Entre as principais iniciativas apresentadas durante o evento estão:

  • Investimento na formação profissional.
  • Criação de programas de educação continuada para adultos.
  • Promoção da educação STEM, que visa incentivar habilidades como o pensamento crítico, a resolução de problemas e a criatividade.
  • Promoção da relocação de profissionais para áreas com escassez de mão de obra.
  • Criação de novas formas de trabalho que possam permitir trabalhar por mais tempo de forma produtiva e saudável.
  • Adoção de horários de trabalho flexíveis.
  • Incentivar a atuação de equipes intergeracionais.
  • Desenvolvimento de políticas de aposentadoria flexíveis.
  • Incentivo do empreendedorismo entre idosos.

Princípios da Economia da Longevidade

O Fórum Econômico Mundial também produziu o relatório“ Princípios da Economia da Longevidade ”, que contempla desafios e oportunidades do envelhecimento da população global, com ênfase para a segurança financeira e a vida saudável.

Princípio 1: Garantir a segurança financeira

Quase 40% a nível mundial enfrentam instabilidade financeira após interrupções não planejadas da carreira, como doenças. A colaboração público-privada é crucial para apoiá-los na superação destes desafios.

Princípio 2: Fornecer acesso universal à educação financeira

Apenas 33% da população mundial é considerada alfabetizada financeiramente. Este baixo número aprofunda as desigualdades socioeconômicas e a falta de esperança em uma vida melhor.

Princípio 3: Priorizar o envelhecimento saudável

A projeção é de que 20% da vida seja prejudicada por doenças e, por outro lado, as despesas médicas estão cada vez mais elevadas. O acesso equitativo aos serviços de saúde pode facilitar o bem-estar tanto para o indivíduo como para a sociedade em geral.

Princípio 4: Desenvolver empregos e desenvolver competências ao longo da vida para uma força de trabalho multigeracional

Em termos globais, 25% dos profissionais com 55 anos ou mais desejam trabalhar, mas enfrentam barreiras. As inovações tecnológicas exigem desenvolvimento de competências para se adaptarem e evoluírem, permitindo que prolonguem os seus anos de trabalho, conforme desejado.

Princípio 5: Projetar sistemas e ambientes para conexão e propósito social

Estes fatores são essenciais para uma longevidade saudável e podem mitigar impactos negativos, como o fato de idosos isolados terem mais propensão a problemas de saúde e morte precoce.

Princípio 6: Incluir todas as diversidades (que também estão envelhecendo)

Os benefícios da longevidade não são distribuídos de forma equitativa. A defesa da equidade salarial e previdenciária pode ajudar na saúde e no equilíbrio financeiro.

Para concluir, cito uma frase de Joseph F. Coughlin, diretor do Massachusetts Institute of Technology (MIS) AgeLab, que reforçou a importância destes estudos:

“ Conduziremos pesquisas translacionais integrando as ciências sociais e comportamentais, a engenharia e o design para permitir que governos, empresas e ONGs desenvolvam e implantem sistemas e ambientes que possibilitem 100 bons anos de vida ”.

Bora partir para os nossos 100 anos saudáveis!

Autor: Mauro Wainstock foi nomeado Linkedin TOP VOICE, é mentor de executivos, conselheiro de empresas, palestrante sobre diversidade etária/integração geracional e sócio-fundador da consultoria HUB 40+.

 

Matéria original: https://exame.com/bussola/ageless-6-principios-da-economia-da-longevidade-acoes-e-desafios-globais/amp/

 

Add a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *