O Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de outubro, foi estabelecido pela Lei n.º 11.433/2006. Esta data nos lembra da importância de respeitar e valorizar os mais velhos em nossa sociedade. No entanto, o etarismo, que é a discriminação baseada na idade, ainda é um problema global preocupante.
Em contrapartida, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de idosos no mundo está crescendo rapidamente. Até 2050, espera-se que haja mais de 1,6 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais, mais que o dobro da população idosa atual, que é de 761 milhões.
O que é o etarismo?
O etarismo se manifesta de várias maneiras, desde a negação de oportunidades de emprego até o tratamento desrespeitoso e a exclusão social. A discriminação baseada na idade pode ter impactos significativos na saúde mental e física dos idosos, além de minar a autoestima e a autoconfiança.
Preconceito com as mulheres mais velhas
Ana Tomazelli, psicanalista e CEO do IPEFEM (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas), explica como a questão do etarismo em relação à mulher é ainda mais profunda. “A sociedade espera que as mulheres sejam eternamente jovens e atraentes, tornando-se invisíveis ou menos valorizadas à medida que envelhecem”, afirma.
A profissional explica que, no mercado de trabalho, essas mulheres podem sofrer variadas formas de discriminação, como dificuldades em conseguir emprego mesmo que queiram continuar trabalhando, falta de promoção e salários mais baixos em comparação com homens na mesma faixa etária.
Violência contra os idosos
A violência contra idosos é uma preocupação crescente no Brasil. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, apenas nos cinco primeiros meses do ano, houve um aumento de 57% no número de denúncias e de 87% no de violações dos direitos do idoso, em relação ao mesmo período do ano passado.
“Também é preciso ressaltar que as mulheres podem ser vítimas de violência baseada na idade, incluindo abuso físico, emocional e financeiro. Além disso, ficam vulneráveis ao abandono e à falta de cuidado: se outra mulher não cuidar dela, quem o fará?”, completa.
Presença dos idosos no mercado de trabalho
Uma pesquisa da Ernst & Young, realizada em quase 200 empresas no Brasil, mostrou que a maioria das companhias pesquisadas têm de 6% a 10% de pessoas com mais de 50 anos em seu quadro funcional. Segundo o estudo, 78% das empresas consideram-se etaristas e têm barreiras para contratação de trabalhadores nessa faixa de idade.
É o que explica Jheny Coutinho, CEO da Plure, plataforma de vagas exclusivas para mulheres no Brasil. “Os profissionais a partir dos 40 anos frequentemente enfrentam discriminação no mercado de trabalho por conta da suposição de que são menos produtivos ou que sua saúde pode apresentar algum problema”, diz.
“Isso pode resultar em dificuldades na obtenção de empregos ou até na aposentadoria forçada. Além disso, eles podem ser subestimados no local de trabalho, o que tende a prejudicar sua autoestima e bem-estar emocional”, acrescenta.
Conforme Jheny ressalta, o envelhecimento da população pode e deve ser visto como um ponto positivo no mercado de trabalho, derrubando os estereótipos. “Com mais pessoas vivendo vidas produtivas e saudáveis em idades avançadas, a coexistência de várias gerações na força de trabalho e nas comunidades pode promover maior compreensão e respeito mútuo […]”, comenta.
Combatendo o etarismo
Neste Dia Nacional do Idoso, apresentamos sete dicas essenciais para ajudar a combater o etarismo em nossa sociedade. Confira!
1. Eduque-se sobre o etarismo
A primeira etapa para combater o etarismo é entender o que ele é e como se manifesta na sociedade. Conhecer os estereótipos associados aos idosos é fundamental para desafiá-los e rompê-los.
2. Promova a conscientização
Compartilhe informações para educar amigos, familiares e colegas sobre a importância de combater a discriminação baseada na idade.
3. Não utilize linguagem discriminatória
Evite usar linguagem que reforce estereótipos relacionados à idade. Seja consciente da forma como se comunica sobre as pessoas mais velhas. Além disso, não permita que piadas ou comentários preconceituosos em relação aos idosos passem despercebidos. Conscientizar indivíduos com esse tipo de comportamento é mais um passo em direção a uma sociedade mais acolhedora com idosos.
4. Combata a invisibilidade
Valorize as contribuições dos idosos em sua comunidade e sociedade em geral. Sempre que possível, incentive a interação entre gerações para promover a compreensão mútua e a troca de experiências. Também, se abra às amizades intergeracionais, aprendendo com pessoas mais jovens e mais velhas.
5. Incentive a inclusão no local de trabalho
Empresas e empregadores podem desempenhar um papel fundamental na luta contra o etarismo. Se você tem uma empresa ou um cargo executivo/de recursos humanos, promova a diversidade etária no local de trabalho e oportunidades de desenvolvimento para os funcionários mais velhos.
6. Promova a autoestima
Incentive a autoestima positiva entre pessoas mais velhas, ajudando-as a se sentirem valorizadas e confiantes.
7. Conheça as políticas voltadas ao idoso
Busque informações e apoie ações que protejam os direitos dos idosos, incluindo políticas de saúde, previdência social e acesso a cuidados de saúde adequados.
O etarismo é uma barreira que pode ser superada com esforços coletivos para a construção de um futuro mais inclusivo e justo.
Por Letícia Carvalho – Redação EdiCase
Artigo original:
https://www.terra.com.br/amp/vida-e-estilo/saude/7-dicas-para-ajudar-a-combater-o-etarismo-na-sociedade,e761ca1c43ea36637bac598ba7c5d2f3ec0lkx56.html
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